Palavras são fuga, segredos escondidos nas entrelinhas. É para onde se vai quando a paz já se pôs por traz daquele embrulho montuoso que insiste em pesar estômagos. Esse que é a gravidade da alma e persegue nossos pensamentos. Corremos atrás das letras para encontrar explicações sentir-nos menos sozinhos no imundo e comparar nossas desgraçadas sensações. Caço minha liberdade com a caneta, arrisco nos rabiscos, e bordo uma moldura para prender aquilo que não suportaria deixar escapar. Sem entender direito que toda essa a prosa maluca é minha, pois não se perde o que se sente traçando letras em papéis, pois o que se sente é tudo o que temos.
Folheio livros em busca de mim, procuro me encontrar como se páginas fossem espelhos no momento em que se quer consertar o penteado. Ah, preciso das revelações, das frases que confessam o mesmo que eu. E assim, poder seguir sozinha no mundo, com a certeza de que há outros donos para compartilhar dessa mesma dor...
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
garçon!
uma taça de ar-puro, por favor
estou me apurando
se puder, traz uma porção de delicadeza,
para acompanhar.
para uma pessoa só
enquanto me distraio com os sorrisos na mesa ao lado
por favor, encha o copo
um gole de bom senso,
vai cair bem!
Aqui
no meu colo
uma mancha vazia
e me faça a gentileza de aumentar o alto astral
uma taça de ar-puro, por favor
estou me apurando
se puder, traz uma porção de delicadeza,
para acompanhar.
para uma pessoa só
enquanto me distraio com os sorrisos na mesa ao lado
por favor, encha o copo
um gole de bom senso,
vai cair bem!
Aqui
no meu colo
uma mancha vazia
e me faça a gentileza de aumentar o alto astral
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Às vezes é possível ir totalmente contra a corrente, optar pelo sentido contrário, insistir no erro só para sentir mesmo o craquear das rachaduras quando quebramos a cara. Essa ideia de conciliar as coisas, de achar que tudo pode ser feito de uma só vez, de que todos os lados podem sair vantajosos sem que nem um deles tenha que perder, pode nos lançar num redemuinho, nos virar do avesso, rasgar a nossa pele, e deixar buracos na alma...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
quinta-feira, 4 de março de 2010
um sonho antigo
Só se for aqui e agora. Já tarda a hora exata de dizer adeus. Encontrei num sonho um carro velho, esses de plástico, com cheiro de infância, mas eu cabia bem dentro dele. Foi bom perder a noção de espaço onde já não havia sensação de tempo. Uma tarde inteira durou poucas horas e quando o sino da igreja bateu, caí estatelada no chão. Mas eu estava no quarto e a pista de alta velocidade já havia se desintegrado nas penumbras da memória...
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