terça-feira, 29 de julho de 2008

Fazer sentido

Assim, eu quero inspiração e só vem piração, quando piro, as verdades escorrem como água torrente mas se perdem assim, como as bolhas de ar dissolvidas no fluxo, se mandam e suspensos ficam só os passos, o único vestígio digno de que um dia existiram, são as marcas, as provas da ausência....faltaram versos para capturá-las. Prisioneiras das palavras, elas, movidas ou não pela razão, preencheriam o vazio da dúvida, empurrando para o lado os buracos nulos da infâmia.

Mas quem quer ser movido pela verdades se elas assim parecem tão insensatas?

Então eu quero piração, mas me inspiro nos gestos tortos de quem fantasia a vida. Minha voz emite um canto que valseia, para variar a rotina de uma conversa arrastada. E nas brechas encontro as raízes pra entender que dela saem os mais diversos frutos disfarçados em tons reais. A cabeça então se estende, nervos, células, troncos, tecidoadiposo, sou e você, nascidos, crescidos e criados pra entender alguma coisa, seja isso na semântica, na filosofia, na obviedade simples, onde, enfim, houver abrigo, entre fazer sentido e fazer sentindo.